RIO - Além da implantação de um cinturão de concreto e metal para limitar as favelas , o monitoramento on line da expansão das comunidades, usando satélites e a remoção de construções fora das áreas delimitadas estão entre as ações preparadas pela prefeitura para dar um freio às invasões em encostas e áreas de florestas, como informa reportagem publicada neste sábado pelo jornal O Globo (acesso à íntegra somente para assinantes). As novas medidas foram anunciadas pelos secretários municipais de Urbanismo, Sérgio Dias; de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz; e da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, que sobrevoaram diversas comunidades nesta sexta.
- Há dois anos não sobrevoava essas favelas e fiquei impressionado com o crescimento das comunidades. Combinamos definir os marcos limitadores, e o que estiver acima disso, retiraremos. Primeiro, vamos remover as casas em risco iminente para a população. Construções novas também serão alvo de ações imediatas. Pegando no início, não precisamos de ação judicial. Em terceiro lugar, atuaremos contra as aberrações urbanísticas. As áreas onde já tivermos famílias, vamos colocar a Secretaria de Habitação no circuito, para negociar a remoção - explicou Bethlem, que citou o Cantagalo, em Ipanema, como uma área onde a prefeitura pretende tomar medidas imediatas de remoção de casas.
Por sua vez, segundo o secretário Sérgio Dias, já começaram as discussões para a implantação do monitoramento on line e por satélite das favelas. A ideia é reunir, num banco de dados, as coordenadas de localização - Sistema Global de Posicionamento (GPS, na sigla em inglês) - dos limites das comunidades. Através de um convênio com uma instituição ou empresa, a prefeitura passaria a receber imagens de satélites. Numa sala de controle, funcionários acompanhariam em tempo real o que acontece nas encostas, como num imenso Big Brother das favelas. O controle da expansão das favelas será feito prioritariamente nas comunidades no entorno dos maciços da Tijuca e da Pedra Branca.
A primeira comunidade a ser beneficiada pelos ecolimites será o Morro Dona Marta, em Botafogo, que também vai receber um posto de orientação urbanística. A meta é criar mais 50 postos até o fim do ano. O Pouso - Posto de Orientação Urbanística e Social - é um projeto que existe há 12 anos.
Os ecolimites que delimitam algumas comunidades do Rio sofrerão modificações drásticas. Segundo Carlos Alberto Muniz, no lugar dos trilhos de ferro e cabos de aço atuais, a prefeitura pretende instalar um delimitador mais ostensivo, sem impedir a vista das áreas verdes. O novo modelo prevê a construção de uma viela de concreto de 1,5 metro de largura, e de uma barreira lateral com 2,60 metros de altura (um metro de muro de tijolo ecológico e 1,60 metro de alambrado de metal). A instalação dos novos ecolimites será acompanhada de mutirão de reflorestamento nos trechos favelizados que forem esvaziados.
Você acha que os ecolimites vão conseguir conter as favelas?
O prefeito Eduardo Paes já baixou alguns decretos para conter expansão das favelas .
Alto risco em Rio das Pedras
Em Rio das Pedras, a prefeitura retomou a demolição de um prédio de cinco andares irregular que ameaçava desabar. Para reduzir o déficit de moradias da cidade, o secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar, pretende construir ainda este ano dez mil moradias, com pagamento em prestações compatíveis com os níveis de renda das famílias pobres.
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