quarta-feira, 21 de julho de 2010

Prédios ilegais são ocupados no Recreio para dificultar demolição


20/7/2010 9:58, Redação, com agências - do Rio de Janeiro

A tática de ocupação de prédios inacabados para dificultar a ação da prefeitura está se tornando mais disseminada. A suspeita da prefeitura se confirmou: o prédio inacabado e já habitado – que na semana passada foi detectado por fiscais no Recreio dos Bandeirantes , durante a demolição de outro edifício – não tem mesmo licença de construção da Secretaria municipal de Urbanismo (SMU). O imóvel fica na Rua DW, lote 15, foi batizado de Condomínio Pontal Uno e está com apenas 50% de suas obras concluídas. Ele é vizinho do prédio que foi demolido pela Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop) no dia 13. Segundo o órgão, o edifício deverá ser derrubado daqui a no máximo dez dias.

Na rua – que tem cerca de 800 metros de extensão, com lixo, buracos e muita lama -, outros dois prédios estão na mesma situação. Eles ficam a mais ou menos 400 metros do Condomínio Pontal Uno. Os dois edifícios têm quatro andares e somente cerca de 50% das obras foram concluídas. Apesar de já haver gente morando nos imóveis, há paredes ainda apenas nos tijolos e operários trabalhando na construção. Na região, a lei do silêncio impera e ninguém quer falar quanto pagou pelos apartamentos ou de quem os comprou. Um imóvel de dois quartos na área custa cerca de R$ 100 mil.

A região ficou conhecida como “o epicentro da desordem” por causa do grande número de construções ilegais. No lugar, se tornou comum o artifício de habitar construções inacabadas, pois isso torna mais demorado o processo de despejo e demolição.

- Aqui, as construções levam 20 dias (para ser habitadas). É uma rua sem lei, no aspecto urbanístico. Como quase todos moram em imóveis não licenciados pela prefeitura, ninguém gosta de falar sobre o assunto. O pessoal da Seop vai enxugar gelo aqui na área – disse um morador.

A SMU informou que, no primeiro semestre deste ano, a Gerência de Licenciamento e Fiscalização da Barra da Tijuca emitiu oito notificações de demolição (ou seja, referentes a imóveis que ainda vão ser derrubados). Os números abrangem uma área grande, que, além de Barra e Recreio, inclui Vargem Grande e Pequena, Itanhangá, Joá, Camorim e Grumari. Na mesma área, também nos primeiros seis meses de 2010, foram emitidos 78 embargos e 84 intimações. Além disso, foram concedidas 132 certidões de habite-se. Segundo a SMU, na região são feitos 160 pedidos de licenciamento por mês.

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